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Instituto Festival de Dança renova bolsa de profissionalização para bailarinos

  • Foto: Divulgação -

A proposta é que o Bolsa Talentos do Festival seja fixo no calendário do Instituto

O projeto Bolsa Talentos do Festival foi renovado pelo Instituto Festival de Dança de Joinville. A iniciativa foi criada neste ano com a proposta de, pelo período de um ano, oportunizar a dançarinos ter suas despesas custeadas com recursos próprios do Instituto Festival de Dança de Joinville para que se especializem com a Cia. Jovem Bolshoi Brasil, da Escola do Teatro Bolshoi do Brasil.

A proposta é manter a iniciativa fixa no calendário do Instituto, para beneficiar, ao menos, dois dançarinos. “O nosso objetivo é apoiar essa fase do início da profissionalização, que é uma fase desafiadora da carreira cultural, em especial na dança. Há jovens bailarinos encontram dificuldades para ingressar em companhias profissionais atuantes”, explica Ely Diniz, presidente do Instituto. “As entidades culturais que têm a dança e a arte como seu escopo e objetivo maior precisam ajudar nesse processo. Por isso, o Festival quer deixar o seu legado. Além disso, pretendemos estabelecer um vínculo cada vez mais estreito com o Bolshoi, que é nosso parceiro”, acrescenta.

O incentivo vai ao encontro de uma relação cíclica que o evento promove ao longo da vida de muitos profissionais: talentos revelados nos palcos de Joinville já na infância, no Festival Meia Ponta, que recebem um impulso para a sua carreira com a visibilidade conquistada, e retornam ao festival de emoções, já maduros e consagrados. “Essa questão é muito bacana. Eles entram competindo, vão se destacando, seguem um caminho profissional e, no futuro, voltam ao Festival como uma grande atração. Um exemplo disso é a Mayara Magri, uma das primeiras bailarinas da Royal Opera House, de Londres”, avalia. Em 2010, Mayara foi reconhecida como a melhor bailarina da 28ª edição do evento e, em 2022, interpretou o papel de Julieta em “ST Tragédias”, atração da Noite de Gala da 39ª edição.


Como funciona a escolha

Quem dança nos palcos do festival de emoções tem seu talento avaliado pelo corpo de jurados do evento e, também, pode entrar no radar de professores do Bolshoi. Os bailarinos que participaram da conquista de primeiros lugares passam a integrar a seleção da Bolsa Talentos do Festival. Dois jovens talentos que se destacaram na 40º edição, realizada em julho, serão beneficiados a partir de fevereiro de 2024 pela iniciativa: Fabricio Cestari Miranda da Silva e Leticia Cola Gomes.

“Por ser no Bolshoi, imagina-se que a Bolsa seria apenas para bailarinos clássicos, mas temos contemplados talentos do Jazz. O que vale é muito mais a questão da técnica e do preparo físico e, depois, vão se aprimorando em outros gêneros. Fica a critério da companhia buscar bailarinos que vão somar no corpo de baile da Cia. Jovem”, explica.

A partir da formalização dos nomes dos dois selecionados, teve início o processo de alinhamentos para viabilizar a vinda para Joinville. “Conversei com os pais, afinal, são jovens de 17 e 18 anos que vão sair de casa e abrir mão dessa convivência diária. É preciso haver muita confiança no que vai acontecer e no local em que ficarão. Estaremos aqui dando todo o apoio”, conta.


A trajetória de Fabricio Cestari

A vivência de Fabricio nos palcos começou aos nove anos. “A minha irmã já dançava e eu acompanhava ela nos ensaios, foi quando surgiu o meu interesse”, relembra. O bailarino paulistano iniciou seus estudos de Ballet Clássico e Jazz na Academia São José, em São Paulo, e, depois, conheceu o Raça Centro de Artes, grupo de onde veio a primeira contemplada pela Bolsa Talentos do Festival, Beatriz Vasconcellos.

Em 2022, Fabricio participou pela primeira vez do Festival de Dança. “Dancei pelo Raça com um trabalho de Duo de Jazz e com dois conjuntos, de Jazz e Contemporâneo. Foi incrível. É uma delícia estar naquele palco”. Neste ano, retornou ao festival de emoções e ganhou, também pelo Raça, o primeiro lugar da categoria Jazz Solo Masculino Sênior da Mostra Competitiva com a coreografia “Preencha-me o Vazio que Ficou”.

A performance do solista chamou a atenção dos professores da Escola Bolshoi e, na Noite dos Campeões, a notícia da seleção para a Bolsa Talentos do Festival chegou ao conhecimento do contemplado. “Depois que dancei, o diretor da Escola Bolshoi me chamou e ao meu coreógrafo para conversarmos. A gente estava lá na coxia, foi bem especial. Fiquei super feliz e me emocionei. É como se tudo que fiz até agora, todo o esforço e dedicação, valessem a pena. Foi um sentimento de gratidão”, conta.

Agora, o bailarino está na expectativa para a mudança de sua cidade natal, São Paulo (SP), para Joinville. “Será uma experiência muito legal, que vai ficar marcada na minha vida. Meu sonho sempre foi ser parte de uma companhia”, avalia. “A dança precisa desses lugares de formação e de oportunidades para novos bailarinos. É desafiador viver da nossa arte. Essa bolsa nos incentiva a continuar, a buscar a profissionalização”, acrescenta.


Os passos de Leticia Cola

Leticia começou a fazer ballet aos quatro anos, na Lenira Borges Ballet Studio, em Vitória (ES), e, aos oito anos, na Petite Danse, no Rio de Janeiro (RJ). Seu interesse em seguir carreira surgiu aos 12 anos, quando Nelma Darzi, a fundadora e diretora da Petite Danse, a convidou para fazer parte da companhia da escola. “A partir daí, comecei a fazer aulas diariamente e evoluir minha técnica”, explica. Em 2019, aos 14 anos, participou pela primeira vez do Festival de Dança de Joinville, com 15 apresentações nos Palcos Abertos.

Em 2022, a dançarina retornou ao festival de emoções como demi-solista em um grupo sênior, quando a Petite Danse conquistou o segundo lugar. Neste ano, a jovem levou o primeiro lugar com o solo Neoclássico “Metanoia”, no Festival da Sapatilha; e fez parte da conquista da companhia carioca do primeiro lugar na categoria Balé Clássico de Repertório - Conjunto - Sênior da Mostra Competitiva, com a coreografia "Grand Pas de Fleurs". Mas o grande momento mesmo ocorreu durante os preparativos para a Noite dos Campeões.

“Eu estava prestes a ir para o ensaio de palco com o grupo, aí o coordenador, o Luiz Henrique, me chamou e contou! Ter o trabalho reconhecido por pessoas tão significantes me deixou muito feliz e animada. Celebrei de uma forma especial, dançando mais uma vez no palcão, que é sempre muito especial e memorável”, conta.

“O Festival é muito importante, pois é uma experiência única e incrível. Proporciona oportunidades de dançar para uma enorme plateia, com uma energia inexplicável, que só tem em Joinville. Possibilita conhecer diversos dançarinos talentosos de todo o país, dá oportunidades de reconhecimento, networking, feedback e desenvolvimento pessoal também. O evento tem um papel muito importante de crescimento dos dançarinos em direção a uma carreira profissional”, acrescenta.

Leticia já está em contagem regressiva para fevereiro de 2024, quando trocará a sua cidade natal, o Rio de Janeiro (RJ), por Santa Catarina. “Vai ser uma experiência incrível e muito enriquecedora. A mudança para Joinville vai me permitir ter a minha vida mais organizada e estruturada para a dança. No polo da dança e com a estrutura do Bolshoi, espero ter impacto na evolução da minha carreira, que está iniciando”, afirma.


Sobre o Festival de Dança de Joinville

O Festival de Dança de Joinville, que completou 40 anos em 2023, tornou Joinville um dos principais destinos turísticos e culturais de Santa Catarina em julho. A última edição, a 40ª, realizada neste ano, reuniu dançarinos de 25 unidades federativas brasileiras e 13 mil participantes. O festival de emoções atraiu participantes também de outros países. O Festival de Sapatilha contou com a participação de dançarinas do Paraguai e a programação didática, teve alunos do México.

Durante os 13 dias de evento, 720 grupos apresentaram 4.022 coreografias. Os 13 Palcos Abertos distribuídos por Joinville, Barra do Sul e São Francisco do Sul, receberam 8.982 dançarinos, 6.116 apresentações, 2.014 coreografias, 582 grupos e mais de 400 horas de dança. Na Mostra Competitiva, 105 grupos participaram, com 226 coreografias. Já o Festival 40+ contou com 34 grupos e 39 coreografias; e o Festival Meia Ponta, com 29 grupos e 58 coreografias. Além disso, a Programação Didática ofertou 2.843 vagas para 122 cursos, workshops, showcases e masterclasses, ministrados por 53 professores.


Sobre a Escola Bolshoi e Cia. Jovem

A Escola do Teatro Bolshoi no Brasil é a única extensão do Teatro Bolshoi fora da Rússia e, pela primeira vez, o Teatro transfere a outro país o método de ensino de balé que o tornou uma das mais respeitadas instituições do mundo. Com 23 anos de implantação no Brasil, a Escola concede bolsas de estudo de 100% para cerca de 230 alunos do curso técnico.

A instituição busca a melhor formação, e garante o acesso de crianças ao mundo da cultura, ampliando seus horizontes. A sua missão é formar artistas-cidadãos, promovendo e difundindo a arte-educação. A Cia. Jovem Bolshoi Brasil é o desdobramento da instituição, composta por alunos recém formados e selecionados da escola, que têm a oportunidade de adquirir experiência profissional nos mais diversos espetáculos. Com mais de 15 anos de formação, a companhia consolida os talentos desenvolvidos na Escola Bolshoi no mercado de trabalho artístico nacional e internacional.

O padrão de excelência, que os bailarinos trazem de sua formação, faz com que sejam reconhecidos em todos os seus trabalhos. A proposta da Companhia Jovem é manter-se ativa em apresentações públicas constantes; seus artistas devem atuar como agentes formadores de plateia e incentivadores de novas vocações.

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